Esta semana saindo do açaí me encontrei com um conhecido que não via há muito tempo. Em meio à conversa ele me perguntou de que igreja eu estava fazendo parte. Disse que estava sem igreja. Ele me olhou com um ar de indiferença, se despedindo logo em seguida. Parecia até que deixei de ser cristão por não estar fazendo parte de algum "clube", quero dizer, "igreja".
Tudo aquilo me fez pensar o quanto temos sido religiosos em relação ao nosso relacionamento com Jesus.
Olho para os evangelhos e vejo um Jesus completamente diferente do que encontramos hoje em dia sendo pregado nas “igrejas”. Escuto as palavras dos Seus amigos a respeito de alguém que se relacionava com todas as pessoas, fossem elas ricas ou pobres, doentes ou sãs e que a todos tratava com amor. Todos têm a possibilidade de se relacionar com Ele, bastando apenas reconhecê-lo como Senhor e Salvador. Não é preciso deixar de ser quem você é, ter de usar calça comprida, camisa social ou tomar banho com sabão de coco como alguns tagarelas e “santos” da religião apregoam, para ser aceito por Jesus e por Ele receber as tão prometidas bênçãos que estas “igrejas” prometem.
Seus “líderes espirituais” pregam que você tem de fazer parte de todo tipo de campanha, reunião ou encontro. Por eles, os membros viveriam dentro de suas igrejas, doando suas vidas e seus bens para a manutenção da instituição. Falte algum dia! Com certeza as pessoas irão olhar diferente para você!!!
Sinceramente, não consigo acreditar que fosse isto que Jesus tinha em mente para o que conhecemos como sendo “igreja”.
Não o vejo preocupado em criar um local de culto, ou seja, lá o que for. Antes, vejo alguém que participa da vida dos outros, que os influencia, esteja sentado com os amigos na casa de alguém ou em meio a uma festa de casamento. O que é foco de Sua atenção é a Palavra. Ela sim, era o centro!
A Igreja como posso compreender, segundo o evangelho, somos nós em sintonia com o nosso Senhor e Sua Palavra que nos transforma, muda nossas prioridades e foco de vida!
É bom fazer parte de uma comunidade?! Sim! É claro que precisamos nos encontrar e juntos aprendermos mais do Evangelho. Mas isto não é um fim em si mesmo! Não é o fato de pertencer a uma igreja, de afirmar que tem uma religião que tornará você um filho de Deus. Você é apenas um batista, presbiteriano, metodista, católico, etc. Não é isto que nos torna verdadeiros cristãos!
Fomos chamados para fazer a diferença, a cultivar o amor e a bondade ao próximo, mesmo que ele seja um travesti, um homossexual ou um mendigo que às vezes expulsamos das nossas “igrejas”. Jesus nos convida a amarmos, e tratarmos a todos com igualdade, seja cristão ou não. Viver e ensinar seu evangelho enquanto seguimos nossa vida, esta sim é a razão de nossa existência!Fato que se se dá no trabalho, na escola, universidade, academia, em qualquer lugar! Isto sim é ser um cidadão livre do reino e não um aprisionado da religião que só conhece e vive o “evangelho” em meio as quatro paredes de sua “denominação”.
Não fomos chamados para sermos cristãos dentro de um local onde todos levantam as mãos e dizem que amam uns aos outros. Ele não disse: “Eu sou o Clube, a Regra e a Igreja; e ninguém vai ao Pai senão por mim.” Disse?!
Igreja para mim é um oásis em meio aos desertos de nossas vidas. É algo importante para que continuemos nossa caminhada. Não é lugar para ficarmos todo o tempo!Antes, é um local para cultivar amizades que se apóiam e se ajudam. E que deste modo, aprendem a ajudar àqueles que realmente precisam, mas que ali não estão.
Para mim, isto sim é ser e viver a igreja do Senhor. Algo simples, onde o que importa é espalhar as sementes de amor, paz e benignidade por meio de Sua Palavra e gestos de compreensão, atenção e solidariedade. Sementes que darão frutos e que irão contaminar a todos que tiveram a chance de lhe conhecer. Seja uma igreja!Liberte-se!!! Descomplique-se!!!
