domingo, 7 de outubro de 2007

E aí José?



Há alguns dias atrás conheci a história de José, um jovem programador recém-formado em uma das melhores universidades do país nesta área. José tinha pouco mais que vinte anos de idade e já era considerado um dos mais promissores programadores do mundo, tendo recebido convites da Dell, Apple, IBM e outras empresas interessadas em lhe contratar, porém, José aproveitou o bom momento para fechar um contrato único com a maior empresa do mercado, a Microsoft, devido a proposta de ele encabeçar um projeto em particular que consumiria um bom tempo de sua vida, mas que iria revolucionar o mercado mundial e José não poderia perder esta oportunidade. Era o grande projeto de sua vida. Após alguns dias, depois de ter acordado com a Microsoft, José embarcou para os Estados Unidos onde iria morar e trabalhar. Quando chegou ao país onde permaneceria por alguns anos, José procurou logo se adequar ao novo contexto, procurou comprar as mesmas roupas que as pessoas usavam, adquiriu gestos e hábitos que até então eram considerados impróprios em seu país, mas nada importava mais para José do que ser aceito pelos outros, principalmente, pelos seus colegas de trabalho. Deste modo, logo José se esqueceu do seu principal objetivo quando partiu de Campina Grande. Mesmo estando distante do seu povo, encontrou alguns brasileiros que o advertiram, porém não surtiu resultado.
Com o tempo, José já não escrevia mais para os seus amigos em Campina, já não era mais o mesmo José que partira em busca dos seus sonhos, seu pai percebendo o que acontecera não tardou em enviar o seu filho mais velho o qual levava consigo uma mensagem do seu amado pai no intuito de ajudar José a enxergar o caminho que ele estava trilhando e que este retomasse o seu projeto inicial quando partiu em sua viagem. A presença do seu irmão, bem como, a mensagem que o seu pai enviara sacudiu a alma de José, onde começou a aflorar a lembrança de sua origem e propósito. Ele havia acordado.
José retomou o propósito de sua ida aos Estados Unidos, deixando para trás o que para ele até então era prioridade, quando na verdade, deveriam estar em segundo plano. Em pouco mais que quatro anos, José concluiu o seu projeto. Foi um sucesso de vendas, com isto, José conseguiu obter uma considerável participação nos lucros, se tornando um dos mais bem pagos funcionários da empresa. Pouco meses depois, José retornou para sua cidade natal sendo recebido ainda no aeroporto pelo seu irmão mais velho e pelo Seu amado Pai que não esperou o mesmo sair do check-out para correr em sua direção, abraça-lo e dizer o quanto o amava. Quando chegou em casa, percebera que verdadeiramente ele era, reafirmara suas origens com maior convicção e consciência do
que na época que partiu dali.

E você? Quem é você?
Você sabe qual o propósito de sua vida? Suas atitudes, hábitos e palavras, enfim...sua vida, refletem este propósito?
O que diria o seu pai hoje para você? Ele se agradaria do caminho pelo qual estais andando?
Pense nisso!!

Deus o ama e quer estar junto de você a cada passo de sua vida!!!

Marcus Aranha

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Mena e o jovem à beira do lago


Há muito tempo, um certo jovem crescerá à margens do rio Vandri, seu nome era Mena e desde cedo demonstrara grande sabedoria e apreço pelos ritos e doutrinas de sua religião. Tornou-se com o tempo um dos maiores discípulo da casa Zargoon, Deus do Fogo e com grande zelo defendia suas verdades a ponto de perseguir seus opositores. Certa noite, enquanto discorria à beira do rio, sob a luz do luar, para um grupo de jovens sobre os problemas da vida de natureza moral e do quanto isso impedia o crescimento espiritual, teve suas colocações interrompidas por poucas palavras. Alguém estava recitando os versos de Zargoon, de modo inapropriado do outro lado do rio. Como zeloso guardador dos ritos sagrados e mestre pensou de imediato que era o seu dever atravessar o rio e corrigir aquele homem que, fosse por ignorância ou falta de orientação estava emitindo erroneamente a oração. Tomou o barco mais próximo e partiu em direção da outra margem.
“Como acha-lo se não tenho fogo para iluminar o meu caminho?” – pensou Mena – “ Ó Zargoon, quão grande é o teu poder e majestade, quisera que eu como teu fiel discípulo tivesse o conhecimento e o poder necessário para fazer o fogo e assim dissipar a escuridão que me separa deste infiel que não sabe o que faz!”
Tateando em meio à cerração da noite e guiado pelo som, Mena acabou encontrando um jovem deitado com a cabeça recostada sobre uma pedra à margem do rio e os olhos fitos nos céus, recitando os versos de Zargoon como Mena nunca tinha visto.
- Meu amigo – disse Mena – olhe para você! Isso não são modos de se colocar diante de Zargoon? Ainda mais, você está pronunciando incorretamente a oração. – Explicando logo em seguida como devia fazê-lo.
- Obrigado meu amigo – disse humildemente o jovem.
Tendo terminado seu trabalho ali, Mena se dirigiu ao barco, orgulho e satisfeito pelo que acabará de fazer. Afinal, há muito fora dito que, um homem de espírito puro pronunciando corretamente a oração de Zargoon poderia até mesmo criar o fogo. Fato que nunca virá antes, mas que tinha a esperança de um dia contemplar ou mesmo de realizar.
Caminhando em direção ao barco, Mena continuava refletindo sobre o tema que havia começado a discorrer no início da noite, sobre a malícia, a falta de moral e de como os homens apesar do conhecimento da verdade, persistem nos seus erros. Porém andando não mais que poucos metros, percebeu que não ouvia mais a oração do modo que ensinara.
“O que será que aconteceu?” – imaginou Mena.
Foi então que ouviu de modo vacilante a antiga oração ser novamente pronunciada. Irritado com aquela atitude, Mena se voltou para o local onde encontrará o jovem e se pôs a caminho com raiva em seus olhos, contudo, ao dar alguns passos, percebeu uma luz em meio às trevas vindo em sua direção. Era o jovem que, com uma chama de fogo em uma das mãos, iluminava o caminho por meio a escuridão. Espantando e sem palavras, Mena parou e esperou o jovem se aproximar. Quando este chegou junto de Mena lhe disse:
- Mestre, desculpe incomodá-lo mais uma vez, mas tive de vir aqui para lhe perguntar sobre a maneira que é frequentemente usada para pronunciar a oração que a pouco me ensinastes, pois a mesma é muito difícil de recordar...