terça-feira, 8 de maio de 2012

Os velhos olhos castanhos...

Como encontrar a felicidade?! Poderia dar diversos conselhos... Se case... Tenha filhos... Escreva um livro... Plante uma árvore... Salte de paraquedas... Contemple um amanhecer... Mas se a felicidade estivesse numa destas coisas, com certeza, todos procurariam casar, ter filhos, escrever um livro, etc. Percebemos que tudo não passa de uma doce ilusão a qual nos entregamos para aliviar a dor que percorre o nosso espírito que almeja um sentido para sua existência... E assim, permanecemos como cegos dentro de um quarto em busca de um interruptor que não se encontra nas paredes dos relacionamentos, conquistas, posses, riquezas ou abstinências... Todas são incapazes de nos aproximar da felicidade... Porém, é quando reconhecemos a nossa cegueira espiritual, que começamos a dar os primeiros passos rumo a luz e a paz de espírito... Quando não compreendemos isto, continuamos tateando corpos inquietos e inseguros, perdidos em meio a pulsações vazias de uma vida sem propósito e valor... E como um velho cantor que canta tristes melodias, embalado por mais uma dose de uísque, pergunta-se , incansavelmente... “Onde esta a felicidade? Aonde se esconde o amor? O que estou fazendo da minha vida?!” E vertendo lágrimas ao chão, continua a rimar até não encontrar mais forças para permanecer de pé, prostrando-se diante do peso da solidão que abate o seu peito... Ao seu lado, muitos choram, enquanto que outros ignoram a cena... Quanto a mim, me perco diante dos velhos olhos castanhos, que perdidos e jogados ao chão, me encaram, levando-me a compreender que tudo isto que vivemos, por mais doloroso que possa parecer, nada mais é que uma passageira experiência que todos iremos viver, mas que, no final, por maior que tenha sido o sofrimento, as mágoas, etc., tudo, um dia, terá o seu fim... Por que não encontramos a felicidade?! Simplesmente, por não compreendermos isto ou por não querermos aceitar...E deste modo, como cegos nos entregamos a busca incessante de bens, conquistas e realizações...Não que isto seja mal, mas jamais pode ter um fim em si mesmo... Então viva cada dia como se fosse único, olhe os problemas como eles verdadeiramente são...passageiros, permita o canto dos pássaros e a brisa do mar invadir o seu coração e neste estado de alma encontre a serenidade que encontrei nos velhos olhos castanhos, os quais me libertaram, naquele dia, da minha triste ignorância... de não saber que a felicidade vem de dentro de nós...

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