terça-feira, 7 de setembro de 2010
A mais doce mentira...
Criamos a nossa própria realidade e por mais difícil que seja vivê-la, não compreendemos nem a metade, pois presenciamos apenas a ilusão que desenha o nosso coração. O que aconteceu antes não passou de linhas imaginárias que foram traçadas como nuvens no céu cinzento de nossas lembranças que se vão como um pensamento.
Erramos sempre...Falamos para nós mesmos que jamais cairemos nos mesmos enganos, mas, infelizmente, por maior que seja a dor, repetimos os mesmos passos de antes...Almejamos a verdade, mas vivemos uma mentira! Por isso que nos escondemos sob o véu da noite, para que ninguém veja quem somos ou o que fazemos quando estamos sozinhos.
Teatro da vida...
Quem sou?! Apenas um intérprete de mim mesmo no palco da existência, representando o que os outros acham quem devo ser, afinal, não quero que eles me conheçam...
Não...Você não sabe o que se passa dentro de mim!
Estarei sempre guardado como segredo a ser desvendado, um sonho perdido enquanto me encontro deitado na cama à noite pensando sobre tudo o que fiz e que tenho feito...
Queremos que seja diferente, mas nem sempre vencemos as batalhas que estamos vivendo. E neste vale insólito, bombardeado pelas amargas lembranças, onde almas secas caminham pelo deserto de nossa rotina, temos fome de um novo dia, de um novo amanhecer que invada o nosso quarto, não importa como, mas que seja algo maravilhoso que nos faça novamente acreditar.
Sim..QUEREMOS ACREDITAR!!! Acreditar que não precisamos nos esconder em palavras e gestos sem sentido, mas que podemos ser verdadeiro sem medo de perder o que se quer presente. São vontades inusitadas, que constroem a liberdade da alma e que, como um sopro suave que acaricia os cabelos, toca o mais profundo do coração. Lugar onde, o silêncio da ausência de quem amou, encontra a compreensão em meio à insensatez do vazio de se ver sozinho na perfeita negação de si mesmo.
Às vezes a vida é apenas uma linda mentira na qual queremos acreditar...
Bela e sedutora como uma rosa que nos encanta com sua beleza enquanto nos machuca com os seus espinhos que nos fere a alma, transpassando o coração, que sangra lentamente, lembrando-nos de que somos mortais e que assim, por maior que seja a dor, tudo um dia encontrará seu fim...
Deve ser por isso que continuamos a sonhar e a querer que, a cada novo dia, ao abrir a janela do quarto, algo inusitado invada a nossa vida. E então, a tristeza e solidão que nos tinha por companhia, dirão adeus...E sob o sol de uma manhã irradiante, poderemos caminhar pensando em tudo o que tenhamos vivido...nas perdas do amor, nas palavras não ditas, na dor que nos fez tantas vezes sofrer, no medo que nos deteve...inevitável prisão que nos leva a não arriscar...POR QUE O MEDO!? Porque por maior que seja o desejo, temos receio de colocar tudo a perder...Afinal, todos olham para você, esperando um deslize...um erro! E assim vivemos, entregues as nossas próprias mentiras e enganos, esperando apenas encontrar uma verdade, mas que só se fará presente no dia em que decidirmos abrir mão de quem somos...Alguém que não existe, que jamais existiu...
O que se percebe é que, só compreenderemos a plenitude da vida quando abrirmos mão de quem somos... não é uma questão biológica ou psicológica, mas espiritual. Não é viver por viver... É morrer, morrer para si mesmo para saber viver...VIVA!!! (Mateus 16.25)
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